domingo, 17 de outubro de 2010

DIVÓRCIO, QUEDA DE BARREIRAS E AMOR LIVRE

O Estado brasileiro assegura especial proteção à família, base da sociedade. Entretanto recentemente este mesmo Estado facilitou a dissolução do casamento civil através de Emenda Constitucional, retirando certas condições que dificultavam o divórcio imediato. Desde a promulgação da Constituição em 1988 havia a limitação para a concessão do divórcio, devendo haver a separação judicial por mais de um ano ou de fato por mais de dois anos. Retirando estas condições o divórcio passou a ser imediato. Onde está a proteção do Estado à família se ele facilita a sua dissolução?
Divórcios têm aumento de 149% no Estado de São Paulo após as novas regras. [1] Não possuo estatística para a nossa Campos dos Goytacazes, mas devido a facilidades para a dissolução do casamento implementada pelo Estado, pode-se admitir que tenha havido aumento por aqui também.
Esta nova realidade impõe uma análise. Porque a unidade familiar se desfaz tão facilmente? Sobretudo em certos segmentos da sociedade onde o prazer é valor supremo. Existe um processo que atua nas tendências. A influência das novelas televisivas onde a sensualidade impõe que a união do casal visa apenas o prazer. Nas novelas, a separação é prestigiada e as famílias que se mantém estáveis são constituídas de pessoas chatas, grosseiras e sem beleza. Implicitamente fica afirmado que quem se separa é mais jovial, mais belo, mais dinâmico. Normalmente, grandes empresários. Eventualmente inserem um sacerdote católico na trama, sendo uma pessoa boazinha, bobinha e sem visão. As telenovelas tem um grande papel destruidor das famílias e da religiosidade popular. Qual a mentalidade do componente intelectual que produz os argumentos nas telenovelas? Porque certa faixa do público aceita argumentos que rompem com sua formação moral e religiosa? As estatísticas indicam que a faixa de pessoas que se declaram católicas está acima de 60%.  
Entretanto seria superficial considerar esta crise identificando apenas este processo. Interessante seria considerarmos como chegamos a esta etapa. As muitas crises que acometem o homem contemporâneo tem como causas os problemas de alma mais profundos, de onde se estendem para todos os aspectos de sua personalidade e de sua atividade.[2]  Estas várias crises devem ser vistas como uma única crise que se desenvolve por etapas de certas tendências desregradas. Em cada etapa, essas tendências têm um aspecto próprio. Elas não se conformam com toda uma ordem de coisas que lhes é contrária, começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, as expressões artísticas e os costumes, sem desde logo tocar de modo direto nas idéias. Avança, entretanto para o campo ideológico. Essa transformação das idéias estende-se, por sua vez, ao terreno dos fatos, onde passa a operar a transformação das instituições, das leis e dos costumes, tanto na esfera religiosa quanto na sociedade temporal. É uma terceira crise, já toda ela na ordem dos fatos.[3]  Em linhas gerais e rápidas, assim se descreveria o processo.
Neste processo existem atores que desejam este resultado. Alguns mais rápidamente, outros menos velozes. Em torno dos mais radicais outros se articulam como simples forças auxiliares. As leis promulgadas em 1988 foram resultados de uma etapa que nasceu de um processo que se desenvolveu nas tendências do povo brasileiro, caminhou para uma etapa de convencimento que atingiu as idéias e a promulgação das leis foi o coroamento daquela etapa no campo dos fatos. Um processo que se desenvolve, portanto, nas tendências, nas idéias e nos fatos. O artigo da Constituição Federal, recentemente alterado para desconstruir a unidade familiar, se explicita como o ponto final de um processo que se desenvolveu inicialmente nas tendências, nas idéias e atingindo agora a etapa de alteração da lei na ordem dos fatos. Um novo ciclo se inicia, dando continuidade a um único processo já iniciado. E de decadência em decadência, caminhamos ladeira abaixo.
No presente debate eleitoral se verificam atores com discursos mais ou menos radicais, mas que estão inseridos no mesmo processo e que, portanto, desejam atingir o ponto final mais ou menos rapidamente. E as reações havidas também identificam quem se encontra mais ou menos a esquerda e/ou à direita do processo.
Os inimigos da moral e da religião conhecem este processo e nada indica que eles irão recuar. De onde se presume que eles conduzirão este processo até a extinção da família. Para se opor com eficácia a este processo, supõe que haja esforço daquele que reage. Como a reação ante adversário tão poderoso e conhecedor das técnicas de destruição é de difícil eficácia, a solução possível se encontra na fidelidade à graça, socorro dos sacramentos e devoção à Nossa Senhora que em Fátima profetizou: Por fim o Meu Coração Imaculado triunfará.  


[2] PLINIO CORREA DE OLIVEIRA. Revolucao e Contra Revolução, 1998. Pg 19. 
[3] PLINIO CORREA DE OLIVEIRA. Revolucao e Contra Revolução, 1998. Pg 37

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Praça São Salvador, há 50 anos.

A Praça central de Campos dos Goytacazes, conforme a foto de 50 anos, comparando com a imagem da mesma praça, hoje, deixa ver a mentalidade da liderança que a destruiu. O Rio Paraíba ao fundo. À esquerda, no fundo do quadro, ainda de pé, a Igreja Mãe dos Homes e a Santa Casa de Misericórdia. Este monumento da História de Campos foi destruído. Hoje é um pátio de estacionamento de autómoveis. Este é o marco, talvez, por onde se verifica com clareza que a liderança campista procura apagar a memória da Cidade. Sobretudo a memória que contém traços da cristandade e da monarquia. Lentamente estes símbolos foram destruídos e substituídos pela simbologia republicana. Mas a alma do povo não morreu, apesar do esforço das lideranças.