terça-feira, 30 de novembro de 2010

Fatos históricos e versões

Fatos históricos e versões
Tendo sido novembro nomeado o Mês da Consciência Negra, com exposições, atividades culturais e práticas pedagógicas no município, estamos imersos num processo de desconstrução de nossa Historia. As “verdades” construídas pela versões de ONGs financiadas com o dinheiro público não coincidem com a nossa Historia real. Fugindo da versão oficial, sugerimos aprofundar o conhecimento da que apresentamos abaixo.    
“A bondosa Princesa Isabel foi substituída por Zumbi, um escravocrata
Zumbi dos Palmares tinha escravos. Por que então exaltá-lo?
Varias ONGs procuram mitificar a historia do Quilombo dos Palmares, apresentando-o como refúgio de liberdade do negro perseguido. A realidade histórica entretanto, difere bastante desta criação mítica. Na verdade o referido quilombo espalhava o terror, mesmo entre muitos negros. 
José  de Souza Martins denuncia a mistificação do Quilombo dos Palmares ao denunciar a existência de escravidão dentro dele: “Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos  eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão ”...[1]
Libertadora dos escravos, a Princesa Isabel era uma alma cristã e bondosa que aceitou sacrificar o trono em troca da libertação dos escravos. Após ter ela assinado a Lei Áurea, o Barão de Cotegipe vaticinou: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”. Um ano e meio depois, o golpe militar de Deodoro derrubava a Monarquia. Ao seguir com sua família para o exílio, lembrando-se da profecia de Cotegipe, a Princesa declarou: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”.[2]



[1] BARRETO, Nelson Ramos. A Revolução Quilombola. Editora Artpress- São Paulo. 2007. P.20.                                                                                           


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A metástase e a farsa.

A metástase e a farsa.
O eleitorado conservador conduziu a eleição presidencial para o segundo turno devido à reação ao aborto e ao PNDH-3. Esta constatação feita por observadores imparciais, a boataria cavilosamente tentou negar. Querem esvaziar o debate ideológico e de valores.  Entretanto está sendo imposto aceleradamente aquilo que no debate sempre negaram.
A metástase consiste em um tumor principal que se estende para outras partes do organismo, instalando em outros órgãos, tumores secundários. No organismo o tumor cancerígeno permanece oculto por algum tempo, assim como tentaram ocultar o debate ideológico. O PNDH-3, como um tumor cancerígeno, dá sinais de ter iniciado a sua investida. Uma ordem de serviço assinada pelo comandante do Corpo de Bombeiros de Tatuí (SP) mandou retirar todos os crucifixos e imagens de santos católicos das unidades sob seu comando[1]. A perseguição religiosa anunciada no formato da PL 122/2006 — a tal lei que criminaliza a homofobia[2], também faz parte do debate inserido ao PNDH-3. Em outro comando do mesmo sistema, o Governo Federal está acelerando o processo de despenalização do aborto no Brasil[3]. A liberdade de imprensa também está ameaçada[4], conforme outra ponta da linha no mesmo novelo.
Como se observa, o governo não recuou de suas intenções. Em nosso sistema democrático, o governo executa o que o eleitorado manda. O contrário disso não constitui representação eleitoral, mas farsa eleitoral. Falta legitimidade neste processo. Mas a farsa está instalada.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Praça São Salvador: duas épocas, duas mentalidades.

As afinidades existentes entre formas, sabores e sons, de um lado, e estados de alma, de outro lado, são realidades inegáveis. Assim, um objeto ou conjunto de objetos, pode despertar no homem determinado estado de espírito. Ambiente é, pois, tal estado de espírito enquanto sugerido pelos objetos. Neste sentido, o ambiente pode ser suscitado por uma música, um móvel, uma sala, um edifício, uma praça, uma cidade ou um panorama. Uma pessoa, ou uma reunião de pessoas, também pode constituir ambiente.

Praça São Salvador
Praça São Salvador em Campos dos Goytacazes  nos dias atuais.
A realização da 6ª Bienal do Livro na Praça São Salvador abre espaço para algumas considerações.  Ocupa espaço de 10 mil metros quadrados da Praça, com 51 stands. A Praça, hoje, desprovida de qualquer peça decorativa (a contra gosto preservou a homenagem ao herói campista) e qualidade arquitetônica, praça reta, horizontal e sem graça, teve no passado seu momento de beleza. Uma praça perfeitamente adaptável para um pátio de automóveis, acolhe bienais e feiras populares mas expulsa o campista que deseja ocupar este espaço para nobres considerações.

A praça pública se encontra entre as várias partes de uma cidade que melhor  se presta a sugerir ambientes. Ela constitui um todo que convida o transeunte a parar e respirar um pouco, a descansar e   se entreter na consideração dos elementos que compõem o cenário e que a tornam bela. Habitualmente há mais esmero no adorno  das praças do que das ruas.
A Praça  São Salvador, na forma como fotografada na década de 60, parece exprimir bem esta mentalidade. Parecia convidar o transeunte a parar, a respirar um pouco, a descansar, e a se entreter na consideração dos elementos presentes no cenário.

Os edifícios desta praça servem de moldura à Catedral, (que não está presente na foto). Na Praça, a Catedral é figura central, pois o nome da Praça presta homenagem ao Padroeiro da Cidade. Na primeira fotografia as “peças” que servem de moldura à Catedral foram destruídas pela mentalidade reinante no século XXI.